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24 agosto 2010

Mais um momento inesperado


Ainda não percebi porque continuam as pessoas a misturar ideias relacionadas com o sistema em que vivemos, e preconceitos... Perceber, percebi - mas faz-me uma enorme confusão!
Custa-me saber que há pessoas que não são tratadas como pessoas só porque passam a ser categorizadas de acordo com um qualquer estereotipo.

Afinal... somos “todos diferentes, todos iguais” [ou alguns nem pararão um minuto para pensar realmente no que é que isso quer dizer? (Maltidos umbigos...)]

(Ok: temos todos o direito de não gostar deste ou daquele, mas não de enxovalhar ou desrespeitar sem um motivo plausível...)



Ontem quatro miúdas marcaram o meu dia.
Não eram umas miúdas quaisquer... Passaram, a comer chupa-chupas, enquanto estava distraída na conversa e fizeram questão de despertar a minha atenção com uma frase solta que ninguém esperaria. Mas não estavam à espera que lhes respondesse... muito menos que a minha Mãe e eu continuássemos a conversar com elas.

A mais pequena tinha 8 anos e as mais velhas 10. Eram primas. Tinham um “nome verdadeiro” e outro “mentiroso”.

Carolina. Maria. Marta. Joana.
Os verdadeiros.

Perguntei pela escola. (Na escola tinham que usar o “verdadeiro”... mas em casa, era o “mentiroso” que contava!) Já sabiam ler mais ou menos... só Carolina lia melhor, que já estava no 3º ano.
A Maria disse-me muito eufórica que ia ter um mano, e que a Carolina ia ter uma mana.
Falavam todas ao mesmo tempo e queriam fazer tantas perguntas que quase nem me davam “espaço” para lhes fazer eu algumas.
Os olhos brilhavam de entusiasmo.

A certa altura, depois de 2 minutos de conversa, e de lhes fazermos um elogio, ficaram encavacadas... A mais velha, Marta, com uns grandes olhos num tom azul esverdeado, disse, quase como se se sentisse na obrigação, depois de uma trinca no chupa-chupa, com um olhar distante e embaraçado, “mas nós somos ciganas...”.

Aquela frase foi dura de ouvir.
Logo a seguir contaram como “no outro dia um senhor estava a brincar com um irmão de uma e, quando percebeu que era cigano, largou logo a criança”.
Sim... as pessoas tornam-se ridículas a este ponto.

Custou ainda mais explicar que não devem ligar a pessoas que lhes digam “coisas más” só porque são ciganas. Acho que a partir do momento em que nos disseram que eram ciganas e que perceberam que não lhes íamos virar as costas sem mais nem menos, ficaram outra vez contentes (e nós é que estávamos sem grandes palavras, pelo momento anterior...).

Só as desiludi, acho, quando perceberam que não era casada. Disseram-me que devia ser - algo tristes - porque já tinha mais de 20...
Ri-me e perguntei-lhes “vocês já sonham em casar, é? já têm namorados?” Ao que me responderam que sim, “temos todas” a rir - com um ar que eu chamo de malandreco, que é algures entre o malandro e o envergonhado.

Este foi o último tema da nossa conversa de pouco mais de 5 minutos...

Passei por elas de carro logo a seguir, e disse-lhes adeus.
Ficaram a dizer-me adeus até eu virar no final da rua – eu vi-as pelo retrovisor a sorrir e aos saltos.

Eu fui a sorrir por dentro até casa.

31 março 2010

Posso...


... não gostar que as pessoas tenham a mania de querer impingir opiniões, críticas e tudo o mais acerca de outras pessoas? E até se metam em assuntos de casais? E façam intrigas?


Não entendo. Não entendo. Não entendo.
Nunca vou entender.


Que achem que fulano ou cicrano devia fazer x, y ou z! E sei lá mais o quê!

Cada um sabe de si, não?
Acho que quando as pessoas querem uma opinião de alguém de fora, que nada tenha a ver com o assunto, pedem-na! É simples. Parece-me simples. Toda a gente tem opinião – e até é possível dá-la sem que tenha sido pedida, quando existe proximidade, e fazê-lo sem se falar do que não se sabe. E sem esperar que o outro passe a ter a mesma opinião.

Há uma diferença grande entre ter uma opinião e não respeitar a opinião/atitude/decisão dos outros – em assuntos que não estão directamente relacionados connosco. Não condeno, nem julgo, quando se tratam de familiares ou amigos próximos - até compreendo que isso aconteça em determinados momentos.*
Mas tudo tem limites! E os outros? São insensíveis? Não têm vida?

Acho muito feio que se metam na vida dos outros assim, que julguem os outros, e que (pior ainda!) o façam, muitas vezes, sem sequer conhecer ou tentar conhecer os motivos ou o que pensa o outro. Não há limites entre a “brincadeira” (directa e preferível, a dita “boca”) e a ofensa (pelas costas). Devia haver.

Se as pessoas gostam de criticar as atitudes dos outros, pelo menos, façam-no depois de estarem bem informados... e tendo sempre em conta que “quem tem telhados de vidro, não deve atirar pedras”.

Não posso com isto.
Posso?



* Compreender não é sinónimo de concordar.

02 março 2010

Surpresa?!


(Talvez - para quem não lida comigo com alguma proximidade...)


Não preciso de ajuda para mudar um pneu!*
Nem para martelar, fazer furos com um berbequim, pintar paredes, sei lá... nem sequer para fazer cimento! Se tiver tempo livre, até gosto muito e pode ser muito divertido e criativo... (excepto mudar pneus, claro, que quando acontece é porque tem de ser, e normalmente é inesperado).
Acho mesmo que é aí que a minha feminilidade ganha pontos no "mundo masculino". E até aposto que não sou a única.

Isto só porque não gosto muito de comentários que associem tarefas exclusivamente a homens ou exclusivamente a mulheres... mesmo que não sejam propriamente machistas ou feministas.
Considero que não se deve generalizar. Sou a favor da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, respeitando as óbvias e comuns diferenças de género.

Não sou contra a ajuda de alguém do sexo oposto, no desempenho de alguma tarefa... não foi isso que disse. Por exemplo, para ser mais concreta - voltando ao caso do pneu - posso admirar e agradecer o cavalheirismo de alguém que se oferece para ajudar, mas não fico à espera que se ofereçam, nem peço ajuda quando não preciso.


* e quanto muito, se estiver numa zona muito estranha à noite, ou houver alguma avaria grave, chamo a assistência em viagem, que também é para isso que pago seguro.