25 agosto 2010

When...


...
you believe, (almost) anything is possible.
I do believe in this.
Belief and will keep the world spinning.





24 agosto 2010

Mais um momento inesperado


Ainda não percebi porque continuam as pessoas a misturar ideias relacionadas com o sistema em que vivemos, e preconceitos... Perceber, percebi - mas faz-me uma enorme confusão!
Custa-me saber que há pessoas que não são tratadas como pessoas só porque passam a ser categorizadas de acordo com um qualquer estereotipo.

Afinal... somos “todos diferentes, todos iguais” [ou alguns nem pararão um minuto para pensar realmente no que é que isso quer dizer? (Maltidos umbigos...)]

(Ok: temos todos o direito de não gostar deste ou daquele, mas não de enxovalhar ou desrespeitar sem um motivo plausível...)



Ontem quatro miúdas marcaram o meu dia.
Não eram umas miúdas quaisquer... Passaram, a comer chupa-chupas, enquanto estava distraída na conversa e fizeram questão de despertar a minha atenção com uma frase solta que ninguém esperaria. Mas não estavam à espera que lhes respondesse... muito menos que a minha Mãe e eu continuássemos a conversar com elas.

A mais pequena tinha 8 anos e as mais velhas 10. Eram primas. Tinham um “nome verdadeiro” e outro “mentiroso”.

Carolina. Maria. Marta. Joana.
Os verdadeiros.

Perguntei pela escola. (Na escola tinham que usar o “verdadeiro”... mas em casa, era o “mentiroso” que contava!) Já sabiam ler mais ou menos... só Carolina lia melhor, que já estava no 3º ano.
A Maria disse-me muito eufórica que ia ter um mano, e que a Carolina ia ter uma mana.
Falavam todas ao mesmo tempo e queriam fazer tantas perguntas que quase nem me davam “espaço” para lhes fazer eu algumas.
Os olhos brilhavam de entusiasmo.

A certa altura, depois de 2 minutos de conversa, e de lhes fazermos um elogio, ficaram encavacadas... A mais velha, Marta, com uns grandes olhos num tom azul esverdeado, disse, quase como se se sentisse na obrigação, depois de uma trinca no chupa-chupa, com um olhar distante e embaraçado, “mas nós somos ciganas...”.

Aquela frase foi dura de ouvir.
Logo a seguir contaram como “no outro dia um senhor estava a brincar com um irmão de uma e, quando percebeu que era cigano, largou logo a criança”.
Sim... as pessoas tornam-se ridículas a este ponto.

Custou ainda mais explicar que não devem ligar a pessoas que lhes digam “coisas más” só porque são ciganas. Acho que a partir do momento em que nos disseram que eram ciganas e que perceberam que não lhes íamos virar as costas sem mais nem menos, ficaram outra vez contentes (e nós é que estávamos sem grandes palavras, pelo momento anterior...).

Só as desiludi, acho, quando perceberam que não era casada. Disseram-me que devia ser - algo tristes - porque já tinha mais de 20...
Ri-me e perguntei-lhes “vocês já sonham em casar, é? já têm namorados?” Ao que me responderam que sim, “temos todas” a rir - com um ar que eu chamo de malandreco, que é algures entre o malandro e o envergonhado.

Este foi o último tema da nossa conversa de pouco mais de 5 minutos...

Passei por elas de carro logo a seguir, e disse-lhes adeus.
Ficaram a dizer-me adeus até eu virar no final da rua – eu vi-as pelo retrovisor a sorrir e aos saltos.

Eu fui a sorrir por dentro até casa.

Would you...


... like a piece of cake?


Cake - Never There


(Maybe they're never there because the others are too easy. It's piece of cake!)


Voltei!


A verdade é que nunca cheguei a estar ausente.
Só muito mais ocupada.

Faz de conta que fui de férias. Grandes!

=)