30 abril 2010

Familiar feeling


déjà vu
(locução francesa que significa "já visto")
s. m. 2 núm.
1. Forte sensação de já ter presenciado ou vivido algo.
2. Coisa ou situação que não constitui novidade.

Há sensações estranhas. Quem nunca as sentiu?



De repente, sentir algo que parece que já se sentiu... como estar num sítio desconhecido mas que parece ser um retorno, ver uma imagem pela primeira vez mas que parece familiar ou conhecer alguém que parece ter sido próximo a vida toda.

Receio? Estranho conforto? Os dois em simultâneo?
Desconhecido. Inquietante. Especial.


*Para quem não gosta da mística associada ao tema, aqui fica uma breve explicação científica. Contentes? Aposto que não gostaram e que querem voltar à sensação que tinham antes serem curiosos... Lamento, agora já é tarde, a escolha não foi minha. Alguém teve um dejà vu ao ler a explicação? Se sim, por favor, partilhe a experiência! Não teve dejà vu? Pode partilhar outro qualquer... Sinta-se à vontade.

“Há pessoas que não mudam...”


“Há pessoas que não mudam...” (voz off)

– Há?!? E quais são as que mudam? ...
– Desculpem lá interromper, mas, já agora, estamos a falar do quê mesmo? Mudar o quê? É que isso muda tudo!

(Diálogo sarcástico, de mim para mim própria, num acordar entre sonos de madrugada. Não sei com o que sonhei, mas achei que podia pensar nisto mais tarde. Agora só acho que havia muito para dizer. Mas não me apetece desenvolver.)


Diria que...


... como as coisas estão, brevemente esta proporção vai ser ao contrário, e que será ainda mais difícil identificar e reverter a situação.

20 abril 2010

Divagação nocturna


Silêncio... é tudo o que oiço.
Minto. Não é só silêncio! Há sirenes também... lá ao fundo, constantes – tanto, que quase já passam despercebidas.

Comigo vão as sombras por estes caminhos que à noite se tornam sombrios... as sombras e os sons que acho estranhos a cada passo.
Ao fim de alguns passos, penso que não devia ficar tão atenta – não há razões para isso! E nisto, surge uma sombra sinistra que não é minha! É melhor manter-me alerta, afinal, reformulo... Como se nada fosse, e como se não me tivesse sequer assustado, é a minha posição ao passar por ele. Olha-me nos olhos num milésimo de segundo, e nesse bocadinho fico na dúvida se a frieza que transparece (ou que eu percepciono) é uma protecção como a minha, ou se devo ficar mais alerta, para algum passo em falso! A adrenalina que sinto percorrer pelo corpo não me deixa não ficar alerta. Passou!

Volto a ouvir apenas e só o ritmo da minha passada.
Pensei como seria bom se estivesses aqui comigo. Não. Não pensei mesmo a sério. Ocorreu-me, por momentos – curtos – que seria agradável. E era. Mas não era só por seguir só por aqui. Não devia ser este o caminho.

Um gato. Vai assustar-se, e não quero!
Afinal não se assustou: eu é que fico surpreendida ao ver que se levanta e vem na minha direcção. Incrível! Quer vir comigo. Não posso levá-lo. Parte-me o coração ter de seguir, quase como se o ignorasse. Ele fica para trás. Como se sentisse a minha dor, por não o poder trazer. Por ser mais uma só a passar. Amanhã trago-lhe comida, penso.

Volto. O vento vem comigo.
Sussurra-me pequenos sibilados ao ouvido – confundem-me a atenção. Olho para trás: mas só para confirmar. “Mais vale prevenir que remediar”.

De repente, um cão!
Assusta-se e tem um ar assustado. Atrás vem o dono, que parece alcoolizado, a chamá-lo, com outro cão idêntico ao colo – para que volte para o
papá. Ele finge que não ouve e no seu passo, alternando entre a corrida e o de caracol, nervoso, junta-se ao meu e acompanha-me. Quer vir comigo. Mais uma vez, sinto aquele aperto. Tem alguém que tome conta dele, mas será mesmo que sim? Porque quer vir comigo? Oiço um último grito “para casa!”. E ele obedece. Não posso pensar mais no assunto – não podia fazer nada.

Outro estranho.
Ambos vimos uma manobra proibida, grave e perigosa de um condutor. Sinto uma breve cumplicidade e apetece-me sorrir-lhe, depois de ele “mandar vir” com o condutor, sarcasticamente, o que não achei que fosse apropriado eu fazer. Não agora. Foi só vontade de sorrir, pelo hábito. Não sorri – também não sei se é perigoso, não o conheço. Estou sozinha. A cidade parece deserta. Para quê correr riscos desnecessários por uma cumplicidade estúpida e tão mínima?

Cheguei – sã e salva.
Como sempre.
Até hoje (pelo menos).

13 abril 2010

Dia Mundial do Beijo



Beijo

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
Dê!

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
Amor!

Saciar-me? louco...
Um é tão pouco,
Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
Dois...

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas...
Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
Três!

Três é a conta
Certinho, e justa...
Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
Vês?
E não o deixam
Manchar, são... quantas?

Três!


João de Deus, in 'Campo de Flores'


Quando existe alguém para dar e receber, devia ser todos os dias.
Mas nunca é demais lembrar!
Até porque faz bem à saúde!

08 abril 2010

"13"


Foi oferta da Mamã. (Muito obrigada!)
Comecei a lê-lo há bocadinho e acabei agora mesmo!

Adorei.
Fartei-me de rir com muitas das passagens - pelas descrições, analogias e pensamentos típicos da idade. Pela simplicidade aparente, e pelas formas como podemos pensar no assunto (algures entre o passado, o presente e, até, o futuro).

=)

07 abril 2010

Melhor trocadilho da semana...


"Nobody is perfect.
But, who wants to be a nobody?"

=)

Novos caminhos



"Mesmo que não conheças nem o mês nem o lugar
caminha para o mar pelo verão."

Ruy Belo

06 abril 2010

Mulheres inteligentes


Depois de ter ouvido ontem no Jornal da Noite, na SIC, falarem sobre um estudo em que chegaram à conclusão que mulheres inteligentes consomem bebidas alcoólicas e que depois dos 20 anos a preferência é o vinho tinto, procurei na internet mais pormenores.

Como foi por mera curiosidade - porque nunca tinha pensado na relação entre variáveis como inteligência e consumo de álcool – não pesquisei muito, nem sequer encontrei o dito estudo... perdi-me entretanto noutras páginas com notícias de estudos acerca de mulheres inteligentes!*

Há muita “coisa” sobre elas.

Algumas das investigações apontam para uma maior inteligência nas mulheres, em relação aos homens... e outras exactamente para o contrário!
Mas isto não me espantou... e guerras de sexos parecem-me sem grande sentido quando o interesse não é meramente lúdico!

Aparentemente, mulheres com QE’s (inteligência emocional) superiores têm mais orgasmos e apresentam níveis de satisfação sexual mais elevados.
Mas isto também não me espantou...

Por sua vez, homens com QI’s mais elevados traem menos.
Mas também não fiquei muito surpreendida com este achado a explicação... (mas gostei especialmente dos comentários à notícia, principalmente os masculinos!)

Mas o que eu gostava de perceber melhor é como é que é se pode explicar que os homens prefiram casar com mulheres inteligentes... (e não, não é isto que me espanta, mas sim umas referências que encontrei a seguir, em conjunto com isto) se ao mesmo tempo (exista quem apoie a ideia de que) os homens têm medo de mulheres inteligentes? Como se explica este medo, se ainda por cima as mulheres inteligentes fazem com que o homem tenha mais tempo (e qualidade) de vida? Mas mulheres inteligentes têm supostamente maior dificuldade em casar!

(Também me apareceu a opinião masculina no Ainanas... ok, é uma opinião, e não um artigo ou notícia baseada em algo mais... mas mesmo assim... as generalizações começam por vários casos individuais!)

Assim, à primeira vista, quer parecer-me que se esqueceram de algumas variáveis! Ou que artigos, já por si resumidos e lidos “na diagonal”, fazem com que algumas dimensões não apareçam... Provavelmente o grau de exigência e as expectativas das mulheres também devem aumentar simultaneamente com a inteligência, não?

Porquê querer generalizar algo tão específico? Tão individual e, principalmente, tão complexo?

*No entanto... foi uma pesquisa muito superficial, e como já disse, tudo lido “na diagonal”, quase ao acaso e sem verificação das fontes - deixo aqui só para quem tiver curiosidade e ficar interessado e quiser procurar a sério artigos científicos (se houver! é provável que sim... um destes é - o que diz que os homens acabam por casar com mulheres inteligentes) sobre o assunto.

03 abril 2010