18 setembro 2009

Sete anos...


... passam a voar!


É um dos meus números favoritos, o sete.

Mas no que toca ao calendário, parece-me muito tempo! Começo sempre a pensar em comparação ao que é possível acontecer em sete anos... e lembro-me das crianças, e da enorme diferença de aprendizagens e de desenvolvimento que há entre um bebé e uma criança de 6/7 anos... é uma diferença abismal mesmo, num espaço de tempo que para nós, adultos, parece passar num instante, cada vez mais depressa e com cada vez menos diferenças, igualmente notáveis, ao longo da vida!


Há sete anos comecei a trabalhar... mas a sério!
Não é comum (na minha geração - já que a grande maioria começou a trabalhar há um/dois anos)... mas também não gosto de situações demasiado comuns, e assim aprendi muita coisa que não teria aprendido da mesma forma.

A procura começou por brincadeira, como ocupação do tempo livre, enquanto estudava. No entanto, ironia do destino ou não, no dia anterior ao primeiro dia do part-time, telefonaram-me a perguntar se queria começar a tempo-inteiro! Nem hesitei... estava desanimada com os estudos... Não quis sequer saber quanto ia receber, o que eu queria era mesmo mudar de vida e aprender alguma coisa que realmente me fosse útil e me motivasse.
Nunca, até à altura do secundário, pensei que a minha vida seguisse o rumo que seguiu (ou melhor: que eu seguisse aquele rumo... o que escolhi - escuso de deixar em aberto, porque as opções foram mesmo minhas e não me arrependo de nenhuma). E provavelmente, todos os outros à minha volta ficaram tão ou mais surpreendidos com essas mudanças.

Lembro-me do primeiro dia de trabalho como se fosse hoje. Até tive sorte, acho... Sempre me disseram que lojas de roupa como aquela eram "ninhos de cobras", especialmente aquela, em que os clientes também não ajudam e há de tudo. Consigo "ver-me" de fora e sentir como era ingénua, e o quanto aprendi desde esse dia até hoje. O quanto mudou... a minha perspectiva e a minha forma de reagir. No fundo, não é que eu tenha mudado, mas o confronto com a realidade trouxe-me das nuvens para o chão... e em vez de viver noutro mundo o tempo todo, passei a visitá-lo só quando é possível.

Na escola da vida que ingressei há sete anos, aprendi...
... a não ter vergonha em falar sobre o que for, com quem for (sim, era mesmo muito mais tímida, e bem mais calada);
... a trabalhar em equipa (a ser menos indivualista), como parte dela e como responsável pelos resultados;
... a partilhar o que aprendi no passado com os meus novos colegas;
... a resolver situações injustas, que até pudessem não ter nada a ver comigo, sem deixar de ser quem sou e sem perder a paciência, a postura ou o sentido de responsabilidade;
... a organizar o meu tempo livre melhor para poder fazer tudo o que quero sem chegar atrasada ou falhar ao compromisso laboral...

Aprendi, acima de tudo, que era capaz de ser independente e de atingir os meus objectivos com confiança.



Tenho saudades dos bebés, dos miúdos (e alguns até sabiam o meu nome), de assistir à evolução das barrigas das futuras Mães e do crescimento dos miúdos, da algazarra nos feriados e fins-de-semana, dos risos, das partidas quando não havia nada para fazer, das discussões por um melhor resultado... das transformações com criatividade!
Há dias que me apetece lá ir e dizer a alguém "troca comigo hoje! vai lá para o escritório, eu fico aqui!"...



Nota: Este post faz-me sentir um pouco egocêntrica... o texto acima era apenas um marco desta data, mas rapidamente, e nem sei bem como, passou a uma espécie de balanço pessoal...

4 comentários:

A Paraíso disse...

Reflectir uma experiência de vida não é egocêntrico, é partilha...Achei muito bonita a tua forma saudosa de escrever e não tenho dúvidas de que o trabalho ajuda a crescer, a todos os níveis!

Anónimo disse...

NICE POST! :)

Sao as escolhas que fazemos que nos tornam mais fortes e que nos fazem evoluir!

É verdade que por vezes olhamos para tras, recordando tudo o que se passou de bom e o quanto aprendemos, mas a verdade é que devemos encarar o presente e o futuro com a mesma alegria de anteriormente.

Enfim, o tempo corre quando temos entre mãos alguma ocupação.

E nao estas deveras a ser egocentrica, porque muitas pessoas poderam se identificar com as tuas palavras!

....PS: Por acaso o número 7 também é o meu favorito!!;)
***
António Dentinho

HOPELESSNESS disse...

7 beijinhos para ti

SaL disse...

Obrigada pelas palavras e por não acharem o post egocêntrico, lol! =)

Paraíso,
Concordo plenamente contigo quanto ao crescimento proporcionado pelo trabalho! Voltei a ler o que escrevi e não sei como não encontro uma vez sequer a palavra crescer, mas juro que a tinha escrito e devo ter apagado ao reformular o que tinha escrito! LOL! É que uma pessoa cresce mesmo, a todos os níveis! Acho que se não tivesse ido logo trabalhar, não crescia o suficiente para decidir o meu futuro tão cedo, e talvez nunca mais sentisse a motivação (que ganhei depois) nos estudos.*****
=)

António,
Também penso o mesmo... quando encaramos a vida com optimismo podemos sentir tudo como evolução e como aprendizagem que nos torna mais fortes, mais aptos para resolver ou ultrapassar qualquer situação! Se calhar mais resilientes...
*****

Alex,
Obrigada pela visita! =)
7 beijinhos para ti também!*